sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Capítulo 3



Capítulo 3


                Depois de uma pesquisa rápida na internet. Resolve comprar alguns livros. Ficção, não-ficção, tudo que encontrou sobre o assunto. Notou que o universo da matéria era vasto e um pouco sensacionalista. E acho estranho não haver muito material a respeito tratando do assunto do ponto de vista latino-americano. Tanto o que diz respeito ao posicionamento dos governos quanto à opinião da população. Nesse aspecto pensa em pesquisar o contexto histórico e social da época. Como era o Brasil das décadas de vinte, trinta e quarenta? Quem eram os formadores de opinião? Qual a mídia mais forte no âmbito popular? Rádio ou jornais e revistas? Posição do governo? Como o Brasil era visto estrategicamente pelas nações em guerra?
               “Vou aproveitar o fim de semana para pesquisar.”
                Voltava para casa, feliz e cheio de livros.
                “Era importante ter um embasamento histórico.”
                ”A ambientação/embasamento histórico parece nos oferecer certo conforto na leitura.”
                “Acho que por isso tem um mapa no começo dos livros do Tolkien e do Martin. A necessidade de localizar tudo. Será que a estória simplesmente não pode acontecer em qualquer lugar? Cabe agora a definição de Cenário em Narratologia: Realista, Geoficcção e Fantástico. Meu Cenário é realista. Facilita algumas coisas, mas me prende a outras. Terminando esse livro, talvez crie um mundo só meu. Em um Cenário Fantástico. Fico livre de regras e crio minhas próprias.”
              “Revisitando o universo de meus sonhos. Título do próximo.”
               Em casa, abre a agenda e tenta criar um esquema para que os rabiscos da noite anterior tenham sentido e ajudem mais que atrapalhem.
              “Isaac Asimov crio as três leis da Robótica. Chuck Palahniuk criou as regras do Clube da Luta. Preciso das minhas.”
             E enumera tudo, com um nome curioso:

            “Lista para evitar que minha neurose atrapalhe o trabalho.”

              “- 1° Escrever todo dia;
               - 2° Escrever todo dia mesmo;
               - 3° Nunca escrever bêbado;
               - 4° Qualquer lixo pode servir;
               - 5° Você não é Machado de Assis, nem Drummond, nem José Simão;
               - 6° Desencana e escreve.”
                 
              “Será que sou bipolar? Ou tetrapolar?”
              “Agora tenho que pensar em como definir o que vou fazer.”
              “Pontuando as prioridades. Devo me preocupar em localizar o leitor no contexto social, geográfico, histórico e político. Fazer a leitura fluir sem parecer um trabalho de quinta série ou uma extensa tese de doutorado. É um romance histórico. Tem que ser divertido. Tem que ter alívio cômico. Eu sou o alívio cômico? Ou minhas neuras?”
              E faz outra lista.
              “Perguntas a serem respondidas no trabalho ou Lista das regras para o livro não virar sessão de terapia.”
             “- Definir onde, quando, como e por que;
              - Personagens? “
              “Meu Deus, de novo esse dilema do personagem...”
              “- O tijolo.”
              “Que mais?”
             “- Promover o livro na net?
              - Testar os capítulos?
              - Fazer um blog?
              - Bruna Surfistinha, não!”

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