sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Fim da Primeira Parte do Livro



Prólogo

                  Sentados à mesa de um bar, discutiam realidades alternativas, conspirações, futebol e mulheres. A fumaça de cigarros nunca era uma variável, só a temperatura das bebidas. Também se verificava na discussão, que garçonetes gostosas só existem em um universo paralelo adolescente nerd ou em séries de TV. Gosto dessas conversas regadas a bebida por sempre a verdade aparecer nas opiniões. Aonde o tema conspiração chegaria?Não tem mais apelo falar do Homem não ter ido à lua. Ou se há chupas-cabras, Nessies, Sasquatchs, aliens, etc. O nível alcoólico tinha passado já do aceitável e como sempre alguém solta:
                  --E se a Alemanha ganhasse a guerra?
                  Com aquela cara de medo do sobrenatural - De imediato alguém responde.
                  -- Assuntinho batido, hein?Já tem um filme sobre isso. Dos anos noventa acho.
                   --Sério, vi um documentário sobre a influência Nazista na América do Sul. Impressionante... - Deixa um ponto de interrogação um bom tempo. E se?Mas hipótese assim tem muitas opções...


Capítulo 01

               Leandro volta para casa com a cabeça latejando de idéias e possibilidades.
                ”Preciso sair dessa espiral eterna de trabalho chato, responsabilidades e tédio que minha vida me proporciona.”
                Acende as luzes da sala, liga a TV, olha para o notebook fechado sobre a mesa de centro, a estante cheia de livros. Deita no sofá e lembra o pensamento que há dias o perseguia.
               “E se a História tivesse mais detalhes, mais caminhos e o cenário fosse outro?”
                Essa sensação de que há algo mais.
                ”Deve ser parte da natureza humana essa busca do ‘Santo Graal’ ou sei lá... Um refúgio para que a realidade de ser poeira cósmica não nos afunde mais na chatice do ciclo Come-Dorme-Trabalha.”
                Crises existenciais de lado. Vamos voltar ao devaneio conspiracional. Por que o tecido da realidade tem que ser tão sólido?Quase mais forte que Adamantium?Por que a verdade tem que ser tão impossível?
              ”E se?”
               Pode ser uma pergunta desafiadora. Por que negá-la? Por isso negá-la?
                Respira fundo, cria coragem, abre o notebook torcendo para que a idéia não se perca e procura os arquivos que motivaram a conversa no bar: Uma tese de doutorado sobre o assunto onde o documentário se baseia e o próprio vídeo do documentário. Os encontra. Pronto!Estava embasado historicamente. Começa abrindo um arquivo novo no Word e deixando rolar o vídeo, passa os olhos pelo arquivo pdf aberto, tentando começar a escrever. Mas em sua idealização adolescente, deveria ser “colocar uma folha em branco na máquina.” E como sempre, pensa em como começar a escrever. Qual a melhor frase ou cena ou palavra...
               “Por que não encontro um manuscrito de um ex-presidente revelando tudo sobre os segredos do governo ou documentos secretos de uma experiência realizada pelas forças armadas. Ou simplesmente, sou um gênio e crio um mundo fantástico onde há muito tempo atrás em um lugar muito, muito distante aconteceu uma estória.”
              Era jornalista, mas não exercia a profissão. Pensava em ser escritor. Mas a cobrança de fazer sua obra-prima já no primeiro trabalho sempre adiava seus planos e criava um círculo vicioso de subsistência profissional onde sobrevivia corrigindo Trabalhos de Conclusão de Curso ou escrevendo críticas de cinema para sites voltados ao entretenimento.
               “Quer saber? Dane-se! Dane-se a fórmula, a narração, o narrador, a narrativa, a separação entre o que é minha escrita ou a fala do narrador ou do personagem ou do alter-ego do psicopata, adestrado estereotipado que vou criar. Preciso apenas aprender a contar a estória. Ou deixa - lá contar-se por si própria. Quero romper com a necessidade de me adequar ao intelecto do mercado. Que ninguém leia ou compre o livro. Que ninguém goste ou odeie. A indiferença pode significar mais que a unanimidade. Não penso que o que acontece em minha mente possa ser de algum proveito para os outros. Então para que me preocupar? Vou exteriorizar o que há em mim. Dane-se”
             Uma hora depois... Apenas olhando para a tela. Desiste:
             “Melhor pensar em uma estrutura narrativa...”
              Releu as regras de narratologia. E pensou se teria sido fácil para Dan Brown ter escrito o mesmo livro cinco vezes. Bom, por que sempre trava nessa hora?A escolha é um ato que deveria ser mais trivial. Tantas palavras para começar e ele não sabe qual escolher. Será que com a estrutura narrativa definida ficaria menos nebuloso o caminho?Após anotar em uma agenda o que era para ser seguido enquanto fio narrativo. Leandro pensava se era mais interessante seguir três atos ou deixar a trama longa e contar vários eixos não lineares de personagens que ao decorrer vão aparecendo. Descrever de forma detalhista e neurótica o cenário físico e psicológico ou apenas ser testemunha dos eventos.
              “João leu o livro. Gostou. Devolveu-o a estante e foi embora da biblioteca.”
              “Isso resume bem um modo narrativo em três atos. Tem até quatro.”
               Rindo de si mesmo, resolve que a estrutura narrativa seria épica. Teria um cenário histórico, geográfico e temporal definido e se valeria de eventos reais acompanhados de fictícios. E os personagens?Outro tópico interessante. A estória se sustenta sem personagem ou personagens?Existe alguma coisa assim na literatura?O evento pode ser maior que os personagens?Um atentado terrorista ou uma guerra ou o Holocausto pode ser maior que apenas um homem ou mulher que passou pelo evento?Penso como narrador que a testemunha do evento deixa de ser influente na história quando o choque causado pelo evento provoca na testemunha um horror, êxtase, torpor maior que a emoção de quem está participando do evento. Nesse momento, a empatia ou o sentimento de alivio por ter se livrado da tragédia-comédia passa a ser o que define a importância da personagem.
             “Malditas aulas de filosofia.”
             Enfim começa a escrever (será?).
             “Era uma vez um cara que queria ser escritor, mas não conseguia escrever uma linha. Decidido a começar, ele encontra uma foto que sugere um monte de possibilidades. Um tijolo com a suástica. De onde seria? Para que foi usado? Quem o fez? Era real? Quais as intenções da fabricação e da utilização? Acho que agora tenho um ponto de partida.”         
              ’O Tijolo Nazista’.
              “Título provisório.”
               Na agenda escreve:
             “- Referências são realmente necessárias? (Não sei, mas já pensei em várias);”
             “- Porque tem que estabelecer tudo na estória?”
             “- É necessário em quatro minutos de filme/livro, você já entender toda a estória?”
              “- O personagem lembra que não tem manuscritos (Operação Cavalo de Tróia, O Nome da Rosa), nem criou um mundo mágico medieval ou em outra dimensão (Harry Potter, George Martin, Tolkien); e baseado em Dan Brown na seguinte descrição de um blog: ‘Como escrever como Dan Brown e vender milhões’; Cenário real, fatos históricos e ficção.”
           - “Narratologia.”
            Olho no papel, olho na tela. Escreve mais tópicos:
           - “Premissa”;
           - ”Esquema”;
           - ”Sinopse.”
           Levanta para fazer um café. A noite vai ser longa.
Capítulo 2

             “E agora?”
               Já com o estômago azedo de tanto café, esboço pronto e com mil idéias fervilhando em sua cabeça. Olha para a agenda cheia de anotações, setas, quadrados com temas, idéias e tenta imaginar se no fim de tudo, o caminho escolhido seria o ideal.Seria melhor escrever uma realidade paralela onde Hitler estava vivo na Argentina e planejava junto com neonazistas, uma retomada de poder na América Latina?Ou se firmar na realidade e fazer uma reportagem?Mas os pesquisadores citados no documentário já haviam feito isso.
           “Dá próxima vez vou desenhar um mapa, criar um mundo fantástico com elfos e dragões. Ou criar um elemento natural que dá poder para a raça ou povo que o detém em suas terras. Assim acho que fica mais fácil me desvencilhar de todos os problemas com a imensurável pesquisa que vou ter que fazer para não vacilar no livro.”
             “E agora? Bom, agora vou escrever tudo que vier a mente e no fim separo o que presta do que não presta. Dan Brown escreveu o mesmo livro sempre: Pano de fundo real; tensão sexual reprimida entre o homem e a mulher envolvidos na estória; evento que poderia abalar todo o tecido da realidade estabelecido pela mídia, religião e política. Personagem comum que poderia ser qualquer um de nós. Nesses aspectos penso que a ‘tensão sexual’ é o ponto mais importante. Mesmo a estória sendo um lixo, em nosso inconsciente torcemos tanto para que o cara dê um beijo na moça que devoramos o livro sem notar o óbvio da coisa toda. Bom mesmo é o James Bond, que transa com todas, bebe Martini,dirige só carrão e ainda é inglês.Mais chique impossível. ”
              Ufa!Ele descobriu que personagem carismático era importante. Descobriu a roda. Narrador na torcida?Novidade.
             “Caramba! Dan Brown como referência? Melhor ler mais Chuck Palahniuk, Tolkien, T.H.White. Senão, para me inspirar vou colocar um cd do Wando e depois do Richard Clayderman. O problema dos escritores ingleses como referência (Tolkien e White), seria no fim de todo o processo, eu tentar ser ou me tornar um genérico de J. K. Rowling. Igual ao Rick Riordan. Que maldade. Chega de referências.”

            “O tijolo do título pode ser meu ponto de partida. Porque no sentido de peça utilizada em construção ou parte da construção de um muro ou parede, posso considerar que a estratégia dos nazis era pavimentar ou construir a invasão da América Latina pela via menos sangrenta. A via Intelectual e ideológica. Seria muito custoso e até impossível copiar a Invasão da Normandia. Não sou militar nem servi nenhuma força militar. Mas parece claro que subir com tropas e tanques a Serra do Mar no estado de São Paulo é complicado. Essa barreira natural seria uma boa defesa. Invadir pelo nordeste? Só se deslocasse o Rommel para o Maranhão e junto com ele o Afrika Corps. Imagina? Fácil. Alguns navios com tanques e pronto. E tem mais: Atravessar o Atlântico? E o apoio aéreo? Agora complicou de vez. Não pularam nem o Canal da Mancha. Acho que o lógico seria fazer o que fizeram na Alemanha antes da Guerra. Propaganda e política.”
          “Nesse caso, tenho que aumentar minha pesquisa. Receita de bolo pronta. Agora é juntar os ingredientes.”
         Foi dormir.






Capítulo 3


                Depois de uma pesquisa rápida na internet. Resolve comprar alguns livros. Ficção, não-ficção, tudo que encontrou sobre o assunto. Notou que o universo da matéria era vasto e um pouco sensacionalista. E acho estranho não haver muito material a respeito tratando do assunto do ponto de vista latino-americano. Tanto o que diz respeito ao posicionamento dos governos quanto à opinião da população. Nesse aspecto pensa em pesquisar o contexto histórico e social da época. Como era o Brasil das décadas de vinte, trinta e quarenta? Quem eram os formadores de opinião? Qual a mídia mais forte no âmbito popular? Rádio ou jornais e revistas? Posição do governo? Como o Brasil era visto estrategicamente pelas nações em guerra?
               “Vou aproveitar o fim de semana para pesquisar.”
                Voltava para casa, feliz e cheio de livros.
                “Era importante ter um embasamento histórico.”
                ”A ambientação/embasamento histórico parece nos oferecer certo conforto na leitura.”
                “Acho que por isso tem um mapa no começo dos livros do Tolkien e do Martin. A necessidade de localizar tudo. Será que a estória simplesmente não pode acontecer em qualquer lugar? Cabe agora a definição de Cenário em Narratologia: Realista, Geoficcção e Fantástico. Meu Cenário é realista. Facilita algumas coisas, mas me prende a outras. Terminando esse livro, talvez crie um mundo só meu. Em um Cenário Fantástico. Fico livre de regras e crio minhas próprias.”
              “Revisitando o universo de meus sonhos. Título do próximo.”
               Em casa, abre a agenda e tenta criar um esquema para que os rabiscos da noite anterior tenham sentido e ajudem mais que atrapalhem.
              “Isaac Asimov crio as três leis da Robótica. Chuck Palahniuk criou as regras do Clube da Luta. Preciso das minhas.”
             E enumera tudo, com um nome curioso:

            “Lista para evitar que minha neurose atrapalhe o trabalho.”

              “- 1° Escrever todo dia;
               - 2° Escrever todo dia mesmo;
               - 3° Nunca escrever bêbado;
               - 4° Qualquer lixo pode servir;
               - 5° Você não é Machado de Assis, nem Drummond, nem José Simão;
               - 6° Desencana e escreve.”
                
              “Será que sou bipolar? Ou tetrapolar?”
              “Agora tenho que pensar em como definir o que vou fazer.”
              “Pontuando as prioridades. Devo me preocupar em localizar o leitor no contexto social, geográfico, histórico e político. Fazer a leitura fluir sem parecer um trabalho de quinta série ou uma extensa tese de doutorado. É um romance histórico. Tem que ser divertido. Tem que ter alívio cômico. Eu sou o alívio cômico? Ou minhas neuras?”
              E faz outra lista.
              “Perguntas a serem respondidas no trabalho ou Lista das regras para o livro não virar sessão de terapia.”
             “- Definir onde, quando, como e por que;
              - Personagens? “
              “Meu Deus, de novo esse dilema do personagem...”
              “- O tijolo.”
              “Que mais?”
             “- Promover o livro na net?
              - Testar os capítulos?
              - Fazer um blog?
              - Bruna Surfistinha, não!”



 Capítulo 4

                  “Já sei! Uma frase para começar já tenho. Vai ser por esse caminho:
                    Um cara compra ou herda uma fazenda ou um sitio em Itatiaia. E encontra uma cristaleira ou armário ou caixa  com louças contendo a suástica estampada.”
                  Em suas anotações da agenda, copiou informações que encontrou na internet. Além de anotações de sua própria consideração que iriam servir de auxílio no desenvolvimento do livro. Após terminar de ler, resolveu copiar no notebook separando e copiando tudo em fato histórico, ficção, influência, consideração com comentários para algumas partes da pesquisa.

“Consideração:”
“-Devido ao vistoso crescimento econômico e militar da Alemanha de Hitler, diplomatas latino-americanos se encantaram com o regime nacional-socialista. O FBI investigava isso e penso que as ditaduras latino-americanas são reflexo e foram patrocinadas pelo governo americano como forma de controlar as nações dessa região. Ou a tomada do poder pelo Exército foi causada por um vírus? A economia em colapso dos anos oitenta também seria um tipo de manipulação para tirar o foco das pessoas do que realmente acontecia? Evitar que o senso crítico se desenvolvesse e as pessoas envolvidas com o Poder perdessem força? Seria uma terceira força entre as ideologias políticas o nacional-socialismo proposto por Hitler?  E isso seria um problema para a América capitalista?”

“Fato Histórico:”
“-Os nazistas Franz Stangl e Gustav Wagner moravam nos arredores de São Paulo. Atibaia.”
“Será que havia um plano de fuga no caso de derrota para os aliados e o destino seria o Brasil ou a América Latina de forma geral?”

“Fato Histórico:”
“-Simon Wiesenthal em abril de 1978 encontrou nova pista na procura de Gustav Wagner, um artigo de jornal brasileiro descrevendo uma estranha comemoração em um Hotel no Brasil uma festa de aniversário para Hitler (o Jornal do Brasil recebe anonimamente um convite cifrado e manda jornalista investigar). Hotel Tyll, restaurante, cristaleira, todos com suástica. Festa em Itatiaia.”

“Influência:”
“-Universos pessimistas de Alan Moore,V de Vingança , Watchmen , A Liga extraordinária . Citar como contra-peso aos Universos católicos Tolkien e C.S. Lewis.”




“Ficção:”
“-Indiana Jones contra os nazis nos filmes Caçadores da Arca Perdida e Indiana Jones e a Última Cruzada.Além de toda citação à Segunda Guerra nos anos 80 e 90,em filmes jogos de video-game,computador,etc.”

“Ficção:”
“-Spielberg em Resgate do Soldado Ryan,Lista de Schindler.”

“Influência:”
-George Lucas usando a estética nazi em star wars: usando o nazismo como estética do mal na série toda, capacete, exército, e até a manipulação política do Darth Sidius transformando a República em Império (reich). Ao estar presente na memória de todos nós, a Segunda Guerra Mundial, em função de filmes, escola, etc. Parece-me ficar mais fácil estabelecer uma ponte entre a ficção e a realidade dando suporte a suspenção da descrença necessária para acreditar em um universo tecnológico com ética medieval: Jedis (samurais) em um mundo com naves  capazes de realizar  viagens a velocidade da luz.”

“Consideração:”
“-Reconhecemos inconscientemente a universalidade do tema(Segunda Guerra Mundial) e acabamos por mergulhar na estória ,no caso a mitoligia Star Wars.”

“Consideração:”
“- Um evento histórico nesse caso pode ser visto da mesma maneira que um arquétipo social?”
“Influência:”
“-O roteiro da saga Guerra nas Estrelas, Star Wars no original, é baseado no mito do herói.
Esse mito é um conjunto de arquétipos recorrentes em quase todas as lendas e mitos, presente no inconsciente coletivo de todas as sociedades humanas. São os heróis, seus mestres, sua iniciação, suas aventuras. A história dos Jedis comove porque fala de coisas comuns a todas as pessoas  e, principalmente, da dualidade entre o bem e o mal. Do que contém em si duas naturezas. No caso a eterna sedução do Lado Negro da Força sentida pelos Jedi.”

“Influência:”
“-Joseph Campbell.”

“Influência:”
“-O mito heróico teve origem na mitologia grega, mas George Lucas foi o primeiro a misturar todos esses elementos de uma maneira já condensada e presente no cotidiano de quem assiste a série de filmes, fazendo com que se identifiquem com a história. Os Jedis são inspirados nos samurais, os heróis do Japão feudal, tanto nas vestimentas, no seu código de conduta e espiritualidade quanto nas técnicas de luta com a espada. O diretor japonês Akira Kurosawa (Os Sete Samurais) já usava esses heróis vinte  anos antes da série sair do papel. Para o papel de Obi-Wan Kenobi, na primeira trilogia, chegou a ser cotado o ator japonês Toshiro Mifune, que já tinha feito papel de samurai nos filmes de Kurosawa. A palavra jedi vem do termo japonês jidai geki, que designa dramas de época - quase sempre histórias de samurais - na TV nipônica.”

“Será qua alguém tem o Poder do Mito de Joseph Campbell para me emprestar?”


Capítulo 5

                               “Um cara compra ou herda uma fazenda ou um sitio em Itatiaia. E encontra uma cristaleira ou armário ou caixa com louças contendo a suástica estampada.”
                            “Outra regra para a lista: Diminuir as opções.”
                               Agora devidamente munido de café, livros, revistas, CDs, comida. Começa finalmente a escrever.

                               Afonso herdou o prédio de um Hotel. Seu tio Célio, o havia comprado, após a falência do empreendimento, alguns anos antes de morrer. E, sempre comentava, dizendo sonhar em reativar o Hotel pela grande possibilidade financeira e por ser um ramo de negócios bastante próspero na região. Coitado. Morreu sem ver o sonho realizado. Agora estava tudo nas mãos de Afonso.
                        
                          “Bom começo? Ai, as neuras...”
                           O escritor pretenso então começa finalmente a escrever sem se preocupar com mais nada (ou pelo menos acredita nisso),percebe que a estória parecia se formar sozinha e tenta transformar todas as informações que acumulou nos últimos dias e noites em algo para desenvolver no decorrer do processo de escrita do livro. Já havia passado uma semana desde que começou a pesquisa e pensava já ter encontrado um bom argumento para começar a escrever. Quem sabe o ritmo da escrita forçada noite adentro, o faria notar um jeito de desenvolver a estória sem que fosse preciso criar milhares de meios para a produção do texto fluir.
                          “Tem que ser uma escrita visceral e desestruturada a princípio. Após um número suficiente de páginas teria um formato sendo criado sozinho. Era melhor a estória se deixar guiar e não definir tudo logo no começo.”
                        ”Deixe a audiência guiar o roteiro.”
                        Era ele mesmo a Audiência.
                          “E esse Afonso? Precisa de um flashback contando sua infância privilegiada com os pais em uma cidade do interior de São Paulo. Indo a Itatiaia de quinze em quinze dias visitar o tio Célio? Dizer que é filho único e estava terminando o mestrado em História?”
                        “Caramba, não era sobre tijolo? Agora virou para Xícaras Nazistas? Esquece o título, Leandro.”
                     Rindo de si mesmo tenta deixar a estória fluir. O título era provisório mesmo.
                     “Melhor pensar em apenas escrever.”
                      Tentando criar um argumento para justificar o livro. Leandro pensa em um aspecto da mente humana importante na evolução de todo o processo científico, cultural, artístico, etc. Responsável, em parte, da criação da sociedade atual e de nós mesmos: A Curiosidade.
                        “Será que a necessidade de encontrar algo além de nós mesmos, vem de nossa cultura ou de nossa natureza?”
                      “Acho que finalmente tenho material suficiente para continuar. Vou me fixar na relação entre Brasil e a Alemanha na questão política e econômica fazendo um paralelo entre a dualidade do sistema nacional-socialista... E afundar a estória! Acorda Leandro! O livro é uma ficção Roberto Lopes já escreveu sobre: ’Diplomatas e Espiões ‘ e ‘Missão no Reich’.”
                  Aff... Mais referências.
                   Espero como narrador, enfim me retirar do ofício e deixar que nosso personagem neurótico crie sua estória ficcional. Termino aqui minha função e entrego o cargo a disposição do escritor do metalingüístico livro que você leitor tem um mãos. Quero apenas deixar a narração se desenvolver dentro da mente de nosso amigo Leandro sem necessidade de deslocar a atenção do leitor para o cenário ou a ação envolvida na trama. Agora a mesma, será descrita e narrada apenas pelo escritor, no caso Leandro. Sendo necessário reestruturar a contagem de capítulos e começar o livro dentro do livro. Até mais! Caso o autor da metalinguagem ache preciso.

“Titulo Provisório número 3: Conspiração Nazista”

Capítulo 01
Presente de Grego (ou nazista?)


                                    Afonso herdou o prédio de um Hotel. Seu tio Célio, o havia comprado, após a falência do empreendimento, alguns anos antes de morrer. E, sempre comentava, dizendo sonhar em reativar o Hotel pela grande possibilidade financeira e por ser um ramo de negócios bastante próspero na região. Coitado. Morreu sem ver o sonho realizado. Agora estava tudo nas mãos de Afonso.

Meus Alunos!!


Meus Alunos!


Meus Alunos!


Meus Alunos!


Pergaminho do Mestre

 Olá, Aventureiro! Se está aqui, decifrou o pergaminho.  Agora deve ir ao Mestre do Jogo e perguntar onde você e seu grupo devem encontrar a...