Capítulo
2
“E agora?”
Já com o estômago azedo de tanto
café, esboço pronto e com mil idéias fervilhando em sua cabeça. Olha para a
agenda cheia de anotações, setas, quadrados com temas, idéias e tenta imaginar
se no fim de tudo, o caminho escolhido seria o ideal. Seria melhor escrever uma
realidade paralela onde Hitler estava vivo na Argentina e planejava junto com
neonazistas, uma retomada de poder na América Latina? Ou se firmar na realidade
e fazer uma reportagem? Mas os pesquisadores citados no documentário já haviam
feito isso.
“Dá próxima vez vou desenhar um
mapa, criar um mundo fantástico com elfos e dragões. Ou criar um elemento
natural que dá poder para a raça ou povo que o detém em suas terras. Assim acho
que fica mais fácil me desvencilhar de todos os problemas com a imensurável
pesquisa que vou ter que fazer para não vacilar no livro.”
“E agora? Bom, agora vou escrever
tudo que vier a mente e no fim separo o que presta do que não presta. Dan Brown
escreveu o mesmo livro sempre: Pano de fundo real; tensão sexual reprimida
entre o homem e a mulher envolvidos na estória; evento que poderia abalar todo
o tecido da realidade estabelecido pela mídia, religião e política. Personagem
comum que poderia ser qualquer um de nós. Nesses aspectos penso que a ‘tensão
sexual’ é o ponto mais importante. Mesmo a estória sendo um lixo, em nosso
inconsciente torcemos tanto para que o cara dê um beijo na moça que devoramos o
livro sem notar o óbvio da coisa toda. Bom mesmo é o James Bond, que transa com
todas, bebe Martini,dirige só carrão e ainda é inglês.Mais chique impossível. ”
Ufa!Ele descobriu que personagem
carismático era importante. Descobriu a roda. Narrador na torcida?Novidade.
“Caramba! Dan Brown como
referência? Melhor ler mais Chuck Palahniuk, Tolkien, T.H.White. Senão, para me
inspirar vou colocar um cd do Wando e depois do Richard Clayderman. O problema
dos escritores ingleses como referência(Tolkien e White), seria no fim de todo
o processo, eu tentar ser ou me tornar
um genérico de J. K. Rowling. Igual ao Rick Riordan. Que maldade. Chega de
referências.”
“O tijolo do título pode ser meu
ponto de partida. Porque no sentido de peça utilizada em construção ou parte da
construção de um muro ou parede, posso considerar que a estratégia dos nazis
era pavimentar ou construir a invasão da América Latina pela via menos
sangrenta. A via Intelectual e ideológica. Seria muito custoso e até impossível
copiar a Invasão da Normandia. Não sou militar nem servi nenhuma força militar.
Mas parece claro que subir com tropas e tanques a Serra do Mar no estado de São
Paulo é complicado. Essa barreira natural seria uma boa defesa. Invadir pelo
nordeste? Só se deslocasse o Rommel para o Maranhão e junto com ele o Afrika
Corps. Imagina? Fácil. Alguns navios com tanques e pronto. E tem mais:
Atravessar o Atlântico? E o apoio aéreo? Agora complicou de vez. Não pularam
nem o Canal da Mancha. Acho que o lógico seria fazer o que fizeram na Alemanha
antes da Guerra. Propaganda e política.”
“Nesse caso, tenho que aumentar minha
pesquisa. Receita de bolo pronta. Agora é juntar os ingredientes.”
Foi dormir.
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