segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
sábado, 12 de janeiro de 2013
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Fim da Primeira Parte do Livro
Prólogo
Sentados à mesa de um bar,
discutiam realidades alternativas, conspirações, futebol e mulheres. A fumaça
de cigarros nunca era uma variável, só a temperatura das bebidas. Também se
verificava na discussão, que garçonetes gostosas só existem em um universo
paralelo adolescente nerd ou em séries de TV. Gosto dessas conversas regadas a
bebida por sempre a verdade aparecer nas opiniões. Aonde o tema conspiração
chegaria?Não tem mais apelo falar do Homem não ter ido à lua. Ou se há chupas-cabras,
Nessies, Sasquatchs, aliens, etc. O nível alcoólico tinha passado já do aceitável
e como sempre alguém solta:
--E se a Alemanha ganhasse a
guerra?
Com aquela cara de medo do sobrenatural
- De imediato alguém responde.
-- Assuntinho batido, hein?Já
tem um filme sobre isso. Dos anos noventa acho.
--Sério, vi um documentário sobre a
influência Nazista na América do Sul. Impressionante... - Deixa um ponto de
interrogação um bom tempo. E se?Mas hipótese assim tem muitas opções...
Capítulo
01
Leandro volta para casa com a
cabeça latejando de idéias e possibilidades.
”Preciso sair dessa espiral
eterna de trabalho chato, responsabilidades e tédio que minha vida me proporciona.”
Acende as luzes da sala, liga a
TV, olha para o notebook fechado sobre a mesa de centro, a estante cheia de livros.
Deita no sofá e lembra o pensamento que há dias o perseguia.
“E se a História tivesse mais
detalhes, mais caminhos e o cenário fosse outro?”
Essa sensação de que há algo
mais.
”Deve ser parte da natureza
humana essa busca do ‘Santo Graal’ ou sei lá... Um refúgio para que a realidade
de ser poeira cósmica não nos afunde mais na chatice do ciclo
Come-Dorme-Trabalha.”
Crises existenciais de lado. Vamos voltar ao
devaneio conspiracional. Por que o tecido da realidade tem que ser tão
sólido?Quase mais forte que Adamantium?Por que a verdade tem que ser tão
impossível?
”E se?”
Pode ser uma pergunta desafiadora.
Por que negá-la? Por isso negá-la?
Respira
fundo, cria coragem, abre o notebook torcendo para que a idéia não se perca e
procura os arquivos que motivaram a conversa no bar: Uma tese de doutorado
sobre o assunto onde o documentário se baseia e o próprio vídeo do documentário.
Os encontra. Pronto!Estava embasado historicamente. Começa abrindo um arquivo
novo no Word e deixando rolar o vídeo, passa os olhos pelo arquivo pdf aberto, tentando
começar a escrever. Mas em sua idealização adolescente, deveria ser “colocar
uma folha em branco na máquina.” E como sempre, pensa em como começar a
escrever. Qual a melhor frase ou cena ou palavra...
“Por que não encontro um manuscrito de um ex-presidente revelando tudo
sobre os segredos do governo ou documentos secretos de uma experiência
realizada pelas forças armadas. Ou simplesmente, sou um gênio e crio um mundo
fantástico onde há muito tempo atrás em um lugar muito, muito distante
aconteceu uma estória.”
Era jornalista, mas não exercia a
profissão. Pensava em ser escritor. Mas a cobrança de fazer sua obra-prima já
no primeiro trabalho sempre adiava seus planos e criava um círculo vicioso de
subsistência profissional onde sobrevivia corrigindo Trabalhos de Conclusão de
Curso ou escrevendo críticas de cinema para sites voltados ao entretenimento.
“Quer saber? Dane-se! Dane-se a fórmula,
a narração, o narrador, a narrativa, a separação entre o que é minha escrita ou
a fala do narrador ou do personagem ou do alter-ego do psicopata, adestrado estereotipado
que vou criar. Preciso apenas aprender a contar a estória. Ou deixa - lá
contar-se por si própria. Quero romper com a necessidade de me adequar ao
intelecto do mercado. Que ninguém leia ou compre o livro. Que ninguém goste ou odeie.
A indiferença pode significar mais que a unanimidade. Não penso que o que
acontece em minha mente possa ser de algum proveito para os outros. Então para
que me preocupar? Vou exteriorizar o que há em mim. Dane-se”
Uma hora depois... Apenas olhando
para a tela. Desiste:
“Melhor pensar em uma estrutura
narrativa...”
Releu
as regras de narratologia. E pensou se teria sido fácil para Dan Brown ter
escrito o mesmo livro cinco vezes. Bom, por que sempre trava nessa hora?A
escolha é um ato que deveria ser mais trivial. Tantas palavras para começar e
ele não sabe qual escolher. Será que com a estrutura narrativa definida ficaria
menos nebuloso o caminho?Após anotar em uma agenda o que era para ser seguido
enquanto fio narrativo. Leandro pensava se era mais interessante seguir três
atos ou deixar a trama longa e contar vários eixos não lineares de personagens
que ao decorrer vão aparecendo. Descrever de forma detalhista e neurótica o
cenário físico e psicológico ou apenas ser testemunha dos eventos.
“João leu o livro. Gostou.
Devolveu-o a estante e foi embora da biblioteca.”
“Isso resume bem um modo
narrativo em três atos. Tem até quatro.”
Rindo de si mesmo, resolve que a estrutura
narrativa seria épica. Teria um cenário histórico, geográfico e temporal
definido e se valeria de eventos reais acompanhados de fictícios. E os
personagens?Outro tópico interessante. A estória se sustenta sem personagem ou
personagens?Existe alguma coisa assim na literatura?O evento pode ser maior que
os personagens?Um atentado terrorista ou uma guerra ou o Holocausto pode ser
maior que apenas um homem ou mulher que passou pelo evento?Penso como narrador
que a testemunha do evento deixa de ser influente na história quando o choque
causado pelo evento provoca na testemunha um horror, êxtase, torpor maior que a
emoção de quem está participando do evento. Nesse momento, a empatia ou o
sentimento de alivio por ter se livrado da tragédia-comédia passa a ser o que
define a importância da personagem.
“Malditas aulas de filosofia.”
Enfim começa a escrever (será?).
“Era uma vez um cara que queria ser
escritor, mas não conseguia escrever uma linha. Decidido a começar, ele
encontra uma foto que sugere um monte de possibilidades. Um tijolo com a
suástica. De onde seria? Para que foi usado? Quem o fez? Era real? Quais as
intenções da fabricação e da utilização? Acho que agora tenho um ponto de
partida.”
’O Tijolo Nazista’.
“Título provisório.”
Na agenda escreve:
“- Referências são
realmente necessárias? (Não sei, mas já pensei em várias);”
“- Porque tem que estabelecer tudo na estória?”
“- É necessário em quatro minutos de filme/livro, você já entender toda
a estória?”
“- O personagem lembra que não
tem manuscritos (Operação Cavalo de Tróia, O Nome da Rosa), nem criou um mundo
mágico medieval ou em outra dimensão (Harry Potter, George Martin, Tolkien); e
baseado em Dan Brown na seguinte descrição de um blog: ‘Como escrever como Dan
Brown e vender milhões’; Cenário real, fatos históricos e ficção.”
- “Narratologia.”
Olho no papel, olho na tela.
Escreve mais tópicos:
- “Premissa”;
- ”Esquema”;
- ”Sinopse.”
Levanta para fazer um café. A noite vai ser longa.
Capítulo
2
“E agora?”
Já com
o estômago azedo de tanto café, esboço pronto e com mil idéias fervilhando em
sua cabeça. Olha para a agenda cheia de anotações, setas, quadrados com temas,
idéias e tenta imaginar se no fim de tudo, o caminho escolhido seria o
ideal.Seria melhor escrever uma realidade paralela onde Hitler estava vivo na
Argentina e planejava junto com neonazistas, uma retomada de poder na América
Latina?Ou se firmar na realidade e fazer uma reportagem?Mas os pesquisadores
citados no documentário já haviam feito isso.
“Dá
próxima vez vou desenhar um mapa, criar um mundo fantástico com elfos e dragões.
Ou criar um elemento natural que dá poder para a raça ou povo que o detém em
suas terras. Assim acho que fica mais fácil me desvencilhar de todos os
problemas com a imensurável pesquisa que vou ter que fazer para não vacilar no
livro.”
“E agora? Bom, agora vou escrever
tudo que vier a mente e no fim separo o que presta do que não presta. Dan Brown
escreveu o mesmo livro sempre: Pano de fundo real; tensão sexual reprimida
entre o homem e a mulher envolvidos na estória; evento que poderia abalar todo
o tecido da realidade estabelecido pela mídia, religião e política. Personagem
comum que poderia ser qualquer um de nós. Nesses aspectos penso que a ‘tensão
sexual’ é o ponto mais importante. Mesmo a estória sendo um lixo, em nosso
inconsciente torcemos tanto para que o cara dê um beijo na moça que devoramos o
livro sem notar o óbvio da coisa toda. Bom mesmo é o James Bond, que transa com
todas, bebe Martini,dirige só carrão e ainda é inglês.Mais chique impossível. ”
Ufa!Ele descobriu que personagem
carismático era importante. Descobriu a roda. Narrador na torcida?Novidade.
“Caramba! Dan Brown como
referência? Melhor ler mais Chuck Palahniuk, Tolkien, T.H.White. Senão, para me
inspirar vou colocar um cd do Wando e depois do Richard Clayderman. O problema
dos escritores ingleses como referência (Tolkien e White), seria no fim de todo
o processo, eu tentar ser ou me tornar um genérico de J. K. Rowling. Igual ao
Rick Riordan. Que maldade. Chega de referências.”
“O tijolo do título pode ser meu
ponto de partida. Porque no sentido de peça utilizada em construção ou parte da
construção de um muro ou parede, posso considerar que a estratégia dos nazis
era pavimentar ou construir a invasão da América Latina pela via menos
sangrenta. A via Intelectual e ideológica. Seria muito custoso e até impossível
copiar a Invasão da Normandia. Não sou militar nem servi nenhuma força militar.
Mas parece claro que subir com tropas e tanques a Serra do Mar no estado de São
Paulo é complicado. Essa barreira natural seria uma boa defesa. Invadir pelo
nordeste? Só se deslocasse o Rommel para o Maranhão e junto com ele o Afrika
Corps. Imagina? Fácil. Alguns navios com tanques e pronto. E tem mais: Atravessar
o Atlântico? E o apoio aéreo? Agora complicou de vez. Não pularam nem o Canal
da Mancha. Acho que o lógico seria fazer o que fizeram na Alemanha antes da
Guerra. Propaganda e política.”
“Nesse caso, tenho que aumentar minha
pesquisa. Receita de bolo pronta. Agora é juntar os ingredientes.”
Foi dormir.
Capítulo
3
Depois de uma pesquisa rápida
na internet. Resolve comprar alguns livros. Ficção, não-ficção, tudo que
encontrou sobre o assunto. Notou que o universo da matéria era vasto e um pouco
sensacionalista. E acho estranho não haver muito material a respeito tratando
do assunto do ponto de vista latino-americano. Tanto o que diz respeito ao
posicionamento dos governos quanto à opinião da população. Nesse aspecto pensa
em pesquisar o contexto histórico e social da época. Como era o Brasil das
décadas de vinte, trinta e quarenta? Quem eram os formadores de opinião? Qual a
mídia mais forte no âmbito popular? Rádio ou jornais e revistas? Posição do
governo? Como o Brasil era visto estrategicamente pelas nações em guerra?
“Vou aproveitar o fim de semana
para pesquisar.”
Voltava para casa, feliz e
cheio de livros.
“Era importante ter um
embasamento histórico.”
”A ambientação/embasamento
histórico parece nos oferecer certo conforto na leitura.”
“Acho que por isso tem um mapa no começo dos
livros do Tolkien e do Martin. A necessidade de localizar tudo. Será que a
estória simplesmente não pode acontecer em qualquer lugar? Cabe agora a
definição de Cenário em Narratologia: Realista, Geoficcção e Fantástico. Meu
Cenário é realista. Facilita algumas coisas, mas me prende a outras. Terminando
esse livro, talvez crie um mundo só meu. Em um Cenário Fantástico. Fico livre
de regras e crio minhas próprias.”
“Revisitando o universo de meus
sonhos. Título do próximo.”
Em
casa, abre a agenda e tenta criar um esquema para que os rabiscos da noite
anterior tenham sentido e ajudem mais que atrapalhem.
“Isaac Asimov crio as três leis
da Robótica. Chuck Palahniuk criou as regras do Clube da Luta. Preciso das
minhas.”
E enumera tudo, com um nome
curioso:
“Lista para evitar que minha
neurose atrapalhe o trabalho.”
“- 1° Escrever todo dia;
- 2° Escrever todo dia mesmo;
- 3° Nunca escrever bêbado;
- 4° Qualquer lixo pode servir;
- 5° Você não é Machado de
Assis, nem Drummond, nem José Simão;
- 6° Desencana e escreve.”
“Será que sou bipolar? Ou
tetrapolar?”
“Agora tenho que pensar em como definir o
que vou fazer.”
“Pontuando as prioridades. Devo
me preocupar em localizar o leitor no contexto social, geográfico, histórico e
político. Fazer a leitura fluir sem parecer um trabalho de quinta série ou uma
extensa tese de doutorado. É um romance histórico. Tem que ser divertido. Tem
que ter alívio cômico. Eu sou o alívio cômico? Ou minhas neuras?”
E faz outra lista.
“Perguntas a serem respondidas no
trabalho ou Lista das regras para o livro não virar sessão de terapia.”
“- Definir onde, quando, como e
por que;
- Personagens? “
“Meu Deus, de novo esse dilema do
personagem...”
“- O tijolo.”
“Que mais?”
“- Promover o livro na net?
- Testar os capítulos?
- Fazer um blog?
- Bruna Surfistinha, não!”
Capítulo 4
“Já sei! Uma frase para começar já tenho. Vai
ser por esse caminho:
Um cara
compra ou herda uma fazenda ou um sitio em Itatiaia. E encontra uma cristaleira
ou armário ou caixa com louças contendo
a suástica estampada.”
Em suas anotações da agenda,
copiou informações que encontrou na internet. Além de anotações de sua própria
consideração que iriam servir de auxílio no desenvolvimento do livro. Após
terminar de ler, resolveu copiar no notebook separando e copiando tudo em fato
histórico, ficção, influência, consideração com comentários para algumas partes
da pesquisa.
“Consideração:”
“-Devido ao vistoso crescimento
econômico e militar da Alemanha de Hitler, diplomatas latino-americanos se
encantaram com o regime nacional-socialista. O FBI investigava isso e penso que
as ditaduras latino-americanas são reflexo e foram patrocinadas pelo governo
americano como forma de controlar as nações dessa região. Ou a tomada do poder
pelo Exército foi causada por um vírus? A economia em colapso dos anos oitenta
também seria um tipo de manipulação para tirar o foco das pessoas do que
realmente acontecia? Evitar que o senso crítico se desenvolvesse e as pessoas
envolvidas com o Poder perdessem força? Seria uma terceira força entre as
ideologias políticas o nacional-socialismo proposto por Hitler? E isso seria um problema para a América
capitalista?”
“Fato Histórico:”
“-Os nazistas Franz Stangl e Gustav
Wagner moravam nos arredores de São Paulo. Atibaia.”
“Será que havia um plano de fuga no
caso de derrota para os aliados e o destino seria o Brasil ou a América Latina
de forma geral?”
“Fato Histórico:”
“-Simon Wiesenthal em abril de 1978 encontrou
nova pista na procura de Gustav Wagner, um artigo de jornal brasileiro descrevendo
uma estranha comemoração em um Hotel no Brasil uma festa de aniversário para Hitler
(o Jornal do Brasil recebe anonimamente um convite cifrado e manda jornalista
investigar). Hotel Tyll, restaurante, cristaleira, todos com suástica. Festa em
Itatiaia.”
“Influência:”
“-Universos pessimistas de Alan Moore,V de
Vingança , Watchmen , A Liga extraordinária . Citar como contra-peso aos Universos
católicos Tolkien e C.S. Lewis.”
“Ficção:”
“-Indiana Jones contra os nazis nos filmes
Caçadores da Arca Perdida e Indiana Jones e a Última Cruzada.Além de toda
citação à Segunda Guerra nos anos 80 e 90,em filmes jogos de
video-game,computador,etc.”
“Ficção:”
“-Spielberg em Resgate do Soldado Ryan,Lista
de Schindler.”
“Influência:”
”-George
Lucas usando a estética nazi em star wars: usando o nazismo como estética do
mal na série toda, capacete, exército, e até a manipulação política do Darth
Sidius transformando a República em Império (reich). Ao estar presente na
memória de todos nós, a Segunda Guerra Mundial, em função de filmes, escola,
etc. Parece-me ficar mais fácil estabelecer uma ponte entre a ficção e a
realidade dando suporte a suspenção da descrença necessária para acreditar em
um universo tecnológico com ética medieval: Jedis (samurais) em um mundo com
naves capazes de realizar viagens a velocidade da luz.”
“Consideração:”
“-Reconhecemos inconscientemente a universalidade do
tema(Segunda Guerra Mundial) e acabamos por mergulhar na estória ,no caso a
mitoligia Star Wars.”
“Consideração:”
“-
Um evento histórico nesse caso pode ser visto da mesma maneira que um arquétipo
social?”
“Influência:”
“-O roteiro da saga Guerra nas Estrelas, Star Wars
no original, é baseado no mito do herói.
Esse mito é um conjunto de arquétipos recorrentes em
quase todas as lendas e mitos, presente no inconsciente coletivo de todas as
sociedades humanas. São os heróis, seus mestres, sua iniciação, suas aventuras.
A história dos Jedis comove porque fala de coisas comuns a todas as pessoas e, principalmente, da dualidade entre o bem e
o mal. Do que contém em si duas naturezas. No caso
a eterna sedução do Lado Negro da Força sentida pelos Jedi.”
“Influência:”
“-Joseph Campbell.”
“Influência:”
“-O mito heróico teve origem na mitologia grega, mas
George Lucas foi o primeiro a misturar todos esses elementos de uma maneira já
condensada e presente no cotidiano de quem assiste a série de filmes, fazendo
com que se identifiquem com a história. Os Jedis são inspirados nos samurais,
os heróis do Japão feudal, tanto nas vestimentas, no seu código de conduta e
espiritualidade quanto nas técnicas de luta com a espada. O diretor japonês
Akira Kurosawa (Os Sete Samurais) já usava esses heróis vinte anos antes da série sair do papel. Para o
papel de Obi-Wan Kenobi, na primeira trilogia, chegou a ser cotado o ator
japonês Toshiro Mifune, que já tinha feito papel de samurai nos filmes de
Kurosawa. A palavra jedi vem do termo japonês jidai geki, que designa dramas de
época - quase sempre histórias de samurais - na TV nipônica.”
“Será qua alguém tem o Poder do Mito de Joseph
Campbell para me emprestar?”
Capítulo
5
“Um cara compra ou herda
uma fazenda ou um sitio em Itatiaia. E encontra uma cristaleira ou armário ou
caixa com louças contendo a suástica estampada.”
“Outra regra para a
lista: Diminuir as opções.”
Agora devidamente
munido de café, livros, revistas, CDs, comida. Começa finalmente a escrever.
Afonso
herdou o prédio de um Hotel. Seu tio Célio, o havia comprado, após a falência
do empreendimento, alguns anos antes de morrer. E, sempre comentava, dizendo
sonhar em reativar o Hotel pela grande possibilidade financeira e por ser um
ramo de negócios bastante próspero na região. Coitado. Morreu sem ver o sonho
realizado. Agora estava tudo nas mãos de Afonso.
“Bom começo? Ai, as
neuras...”
O escritor pretenso então começa finalmente a
escrever sem se preocupar com mais nada (ou pelo menos acredita nisso),percebe
que a estória parecia se formar sozinha e tenta transformar todas as
informações que acumulou nos últimos dias e noites em algo para desenvolver no
decorrer do processo de escrita do livro. Já havia passado uma semana desde que
começou a pesquisa e pensava já ter encontrado um bom argumento para começar a
escrever. Quem sabe o ritmo da escrita forçada noite adentro, o faria notar um
jeito de desenvolver a estória sem que fosse preciso criar milhares de meios
para a produção do texto fluir.
“Tem que ser uma
escrita visceral e desestruturada a princípio. Após um número suficiente de
páginas teria um formato sendo criado sozinho. Era melhor a estória se deixar
guiar e não definir tudo logo no começo.”
”Deixe a audiência
guiar o roteiro.”
Era ele mesmo a
Audiência.
“E esse Afonso?
Precisa de um flashback contando sua infância privilegiada com os pais em uma
cidade do interior de São Paulo. Indo a Itatiaia de quinze em quinze dias visitar
o tio Célio? Dizer que é filho único e estava terminando o mestrado em
História?”
“Caramba, não era sobre tijolo? Agora virou
para Xícaras Nazistas? Esquece o título, Leandro.”
Rindo de si mesmo tenta deixar
a estória fluir. O título era provisório mesmo.
“Melhor pensar em apenas
escrever.”
Tentando criar um
argumento para justificar o livro. Leandro pensa em um aspecto da mente humana
importante na evolução de todo o processo científico, cultural, artístico, etc.
Responsável, em parte, da criação da sociedade atual e de nós mesmos: A
Curiosidade.
“Será que a necessidade
de encontrar algo além de nós mesmos, vem de nossa cultura ou de nossa
natureza?”
“Acho que finalmente
tenho material suficiente para continuar. Vou me fixar na relação entre Brasil
e a Alemanha na questão política e econômica fazendo um paralelo entre a
dualidade do sistema nacional-socialista... E afundar a estória! Acorda Leandro!
O livro é uma ficção Roberto Lopes já escreveu sobre: ’Diplomatas e Espiões ‘ e
‘Missão no Reich’.”
Aff... Mais referências.
Espero como narrador, enfim
me retirar do ofício e deixar que nosso personagem neurótico crie sua estória
ficcional. Termino aqui minha função e entrego o cargo a disposição do escritor
do metalingüístico livro que você leitor tem um mãos. Quero apenas deixar a
narração se desenvolver dentro da mente de nosso amigo Leandro sem necessidade
de deslocar a atenção do leitor para o cenário ou a ação envolvida na trama. Agora
a mesma, será descrita e narrada apenas pelo escritor, no caso Leandro. Sendo necessário
reestruturar a contagem de capítulos e começar o livro dentro do livro. Até
mais! Caso o autor da metalinguagem ache preciso.
“Titulo Provisório número 3: Conspiração
Nazista”
Capítulo
01
Presente
de Grego (ou nazista?)
Afonso
herdou o prédio de um Hotel. Seu tio Célio, o havia comprado, após a falência
do empreendimento, alguns anos antes de morrer. E, sempre comentava, dizendo
sonhar em reativar o Hotel pela grande possibilidade financeira e por ser um
ramo de negócios bastante próspero na região. Coitado. Morreu sem ver o sonho
realizado. Agora estava tudo nas mãos de Afonso.
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